Você está vendo o que estão ensinando aos seus filhos?
Creio que nunca os pais estiveram tão próximos dos conteúdos ministrados pelas escolas aos seus filhos. Com as restrições sociais, isolamento e aulas on-line, até mesmo os pais que não queria se envolver com a escola dos filhos estão se vendo imersos nessa realidade.
Mas não é sobre isso que pretendo escrever.
Quantos anos até uma pessoa sair “minimamente formada” em nosso sistema educacional? Vamos assumir um padrão médio de 19 anos, entre escola e universidade, uma vida.
Acontece que, cada vez mais, fica evidente o total descompasso do ensino, do conteúdo e das metodologias das escolas e universidade com a vida moderna.
A verdade é que formamos técnicos. Supostos especialistas em alguma coisa que serviriam para talvez passar em concursos ou trabalhar para alguma companhia, após algum treinamento ou preparação.
Mas e quanto aos que pretendem empreender? Mesmo que tal jornada seja realizada em sua área de formação, como um médico que decide fundar uma clínica, ou um arquiteto que crie seu escritório, todos eles estarão lançados ao mar sem colete.
O que quero dizer aqui é que não há qualquer preocupação ou foco em preparar nossos estudantes (mesmo aqueles que ingressam no ensino superior) a ter noções básicas de finanças, gestão, empreendedorismo, marketing ou qualquer outra pilastra que auxiliaria nas jornadas de criação de empresas e geração de empregos.
Em momentos como a atual pandemia do COVID-19 e a crise que qualquer empresa se vê dragada, essas lacunas ficam cada vez mais evidentes. Elas gritam, quase que diariamente.
E o curioso é que, ainda assim, temos um povo altamente empreendedor, que se lança ao mar mesmo sem colete. Muitas vezes sem sequer avistar o outro lado, a terra firme.
Quem não conhece um amigo ou parente que empreendeu e alcançou sucesso mesmo sem ter tanta instrução, mais pelo perfil e feeling? Culturalmente, é quase que uma carreira residual, mesmo sendo algo que parece totalmente coadunado com a cultura brasileira.
A quem isso interessa? Fico pensando no ponto de vista do Estado: o empreendedor gera empregos, recolhe mais tributos… CLARO que é bem melhor para a sociedade.
Sei que muitas ações visam qualificar o empreendedor, dar suporte com conhecimento como o próprio SEBRAE. Mas por qual razão esses conceitos e fundamentos não são passados nesses quase 20 anos de educação?
Não por acaso, já há movimentos mundiais em que os diplomas universitários deixam de ser prioridade. As empresas olham os talentos, suas capacidades e conhecimentos.
E hoje, queira ou não, a internet já transmite muito conhecimento. Basta saber filtrar e escolher “fornecedores” sérios e responsáveis (talvez esse seja o maior obstáculo).
O ensino a distância, tão disseminado com as regras de restrição, é um caminho sem volta, já reconhecido pelos grandes atores desse mercado.
E é por todos esses pensamentos e constatações que tenho refletido muito sobre essa “educação” que estamos testemunhando ser deglutida por nossos filhos. Será esse o futuro, ou, estamos, mais uma vez ficando para trás?
Você já pensou sobre isso? O que tem feito para contribuir para esse desenvolvimento, ainda que paralelo, de seus filhos?
Esse debate é inadiável. Está acontecendo diante de nossos olhos, todos os dias.
Gustavo Freire da Fonseca
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