No presente
Frescura, Preguiça ou falta de problema
A Realidade distorcida na visão dele e na do outro
Afinal, ele não tem problema real, mas enxerga o mundo com lentes embaçadas
Tampouco o outro tem um visão clara, a ansiedade ou depressão estão longe de serem “nadas”
Da forma que vem, se instala, como um vírus no ar de quem inala
Há quem diga que até o chão de gente poderosa abala
Quiçá do pobre de espírito e que o autoconhecimento ignora
Desconhece quem é, do que gosta e por qual razão levanta
Diariamente para já tornar a deitar, sem
Energia ou risada pra compartilhar
Centenas, milhares de causas se poderia enumerar
Redes sociais, que do convívio humano é inimiga
Promovendo imagens artificiais e frases sem alma, criadas por qualquer robô que de tudo sabe
Tudo aquilo que ao final não importa, tudo enferruja e o tempo consome
Seja o ouro, a memória ou a beleza, nada permanece
Especialmente quando o off-line chega
Quando o silêncio eloquente ensurdece a alma
Apequena o Ego tão inflado de comentários fugazes e likes automatizados
Pena que esse mesmo like parece tão importante
Em um mundo digital competitivo e implacável
E que com a mesma velocidade que promove o alcance de um vídeo recém gravado
Rouba de todos o seu lugar no mundo, sua visão de si mesmas e referência
Substituindo, perturbadores, por inconsciência permanente, de que dali em diante
Aquela pessoa se tornou inadequada, desesperançosa se esconde ainda mais do equilíbrio e da auto-estima
Então, aqui, mesmo sem uma pobre rima
Lanço esses versos no digital, buscando, quisera Deus, encontrar
Um coração oprimido a libertar, com palavra viva e revigorante
Não é besteira, mas dor lancinante
Não é frescura, mas um gigante
Não é preguiça, nem tristeza
Também não é vírus digital, por mais que a internet o propague
De forma que nem mesmo um sincero sorriso apague
Sim, mas é possível ao final
Recuperar a si mesmo e se livrar do mal
De se desconhecer e não se achar
Mas viver no presente a batalhar
Afinal aquela foto era fake
Aquela vida, nem existe
E a minha nem parece mais tão triste
Troquei as lentes e larguei a tela
Agora vejo a mim e ao outro
Todos temos defeitos e virtudes
Do pó viemos e ao pó voltaremos
Sim! A saída existe.
Resiliência, esperança e tratamento
Abaixo o preconceito e o menosprezo
De algo tão grave e importante
Afinal, uma epidemia constante
Em nosso mundo moderno e digital
Mas saiba, dá pra rir no final.