No presente

No presente

Julho 10, 2023 0 Por Gustavo Fonseca

Frescura, Preguiça ou falta de problema

A Realidade distorcida na visão dele e na do outro

Afinal, ele não tem problema real, mas enxerga o mundo com lentes embaçadas

Tampouco o outro tem um visão clara, a ansiedade ou depressão estão longe de serem “nadas”

Da forma que vem, se instala, como um vírus no ar de quem inala

Há quem diga que até o chão de gente poderosa abala

Quiçá do pobre de espírito e que o autoconhecimento ignora

Desconhece quem é, do que gosta e por qual razão levanta

Diariamente para já tornar a deitar, sem

Energia ou risada pra compartilhar

Centenas, milhares de causas se poderia enumerar

Redes sociais, que do convívio humano é inimiga

Promovendo imagens artificiais e frases sem alma, criadas por qualquer robô que de tudo sabe

Tudo aquilo que ao final não importa, tudo enferruja e o tempo consome

Seja o ouro, a memória ou a beleza, nada permanece

Especialmente quando o off-line chega

Quando o silêncio eloquente ensurdece a alma

Apequena o Ego tão inflado de comentários fugazes e likes automatizados

Pena que esse mesmo like parece tão importante

Em um mundo digital competitivo e implacável

E que com a mesma velocidade que promove o alcance de um vídeo recém gravado

Rouba de todos o seu lugar no mundo, sua visão de si mesmas e referência

Substituindo, perturbadores, por inconsciência permanente, de que dali em diante

Aquela pessoa se tornou inadequada, desesperançosa se esconde ainda mais do equilíbrio e da auto-estima

Então, aqui, mesmo sem uma pobre rima

Lanço esses versos no digital, buscando, quisera Deus, encontrar

Um coração oprimido a libertar, com palavra viva e revigorante

Não é besteira, mas dor lancinante

Não é frescura, mas um gigante

Não é preguiça, nem tristeza

Também não é vírus digital, por mais que a internet o propague

De forma que nem mesmo um sincero sorriso apague

Sim, mas é possível ao final

Recuperar a si mesmo e se livrar do mal

De se desconhecer e não se achar

Mas viver no presente a batalhar

Afinal aquela foto era fake

Aquela vida, nem existe

E a minha nem parece mais tão triste

Troquei as lentes e larguei a tela

Agora vejo a mim e ao outro

Todos temos defeitos e virtudes

Do pó viemos e ao pó voltaremos

Sim! A saída existe.

Resiliência, esperança e tratamento

Abaixo o preconceito e o menosprezo

De algo tão grave e importante

Afinal, uma epidemia constante

Em nosso mundo moderno e digital

Mas saiba, dá pra rir no final.