A Páscoa. A morte e ressurreição do Rei Jesus. O que aconteceu entre a morte e a ressurreição? Onde estava Jesus?

A Páscoa. A morte e ressurreição do Rei Jesus. O que aconteceu entre a morte e a ressurreição? Onde estava Jesus?

Julho 10, 2023 0 Por Gustavo Fonseca

Conversava com minhas filhas e esposa sobre o que teria ocorrido com o espírito de Jesus entre a sua morte e ressurreição.

Ciente que esse questionamento adentra até mesmo a noção da trindade, passamos a conversar, despertando-me um interesse profundo de entender.

Antes de adentrar ao tema fulcral, consigno que, sob o meu ponto de vista, não há qualquer prejudicialidade à natureza da trindade, uma vez que apesar de o Filho, ao ser morto, ter tornado a ser Espírito, permanecia entre nós (como demonstrou ao ressuscitar) como também ainda não havia nos deixado o Consolador Espírito Santo.

Ressalvo também, que todas as afirmações que fizer aqui, sem mencionar citações, são inferências minhas, pelas quais sou inteiramente responsável, no mais, mencionarei todas as origens de dados. De qualquer forma, opto por não ser morno, mas quente em minha visão: estou me posicionando.

Buscando nas escrituras, encontramos alguns trechos em que o contexto é mencionado. Vamos a eles.

“Ora, isto — ele subiu — que é, senão que também, antes, tinha descido às partes mais baixas da terra?

Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas.”

(Efésios 4:9,10, ARC)

“Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção.”

(Salmos 16:10, ARC)

“Pois não deixarás a minha alma no Hades, nem permitirás que o teu Santo veja a corrupção.”

(Atos 2:27, ARC)

“nesta previsão, disse da ressurreição de Cristo, que a sua alma não foi deixada no Hades, nem a sua carne viu a corrupção.”

(Atos 2:31, ARC)

“Tu subiste ao alto, levaste cativo o cativeiro, recebeste dons para os homens e até para os rebeldes, para que o Senhor Deus habitasse entre eles.”

(Salmos 68:18, ARC)

“Pelo que diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens.”

(Efésios 4:8, ARC)

“E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo.”

(Colossenses 2:15, ARC)

“E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino.

E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.”

(Lucas 23:42,43, ARC)

Todos os trechos que transcrevi acima possuem seus respectivos contextos e, por óbvio, devem ser considerados dentro de seu ambiente.

Analisando o trecho do livro de Efésios, capítulo 4, versículos 9 e 10, estabeleço o foco na afirmação “partes mais baixas da terra”. Uma das interpretações possíveis é que esse local seria um lugar intermediário, a dimensão dos mortos, ora nomeado de Sheol, ora Hades, enfim, onde se aguarda pelo Juízo Final.

Sheol (ou Seol, ou Xeol), em hebraico: שאול, a origem da palavra remete à ideia de “fazer tocas”, ou mesmo sepultura, de acordo com a fonte consultada.

Consultando o Antigo Testamento, a versão inglesa menciona o termo Sheol 65 vezes, das quais, 31 vezes é tratada como “sepultura”, 3 vezes como uma espécie de abismo e 31 vezes referindo-se ao inferno, ou seja, não há uma sincronia no emprego do termo.

Já no Novo Testamento percebe-se a superação dessa indefinição terminológica, sendo empregada de maneira a apontar a dimensão dos espíritos, ou morte, ou sepultura.

Por sua vez, o Hades seria o local que recebe apenas os ímpios.

A origem da palavra Hades remete a mitologia grega, este era o nome do deus do submundo que, segundo os gregos, ficava no seio da terra. Hades era o filho de Cronos (Tempo), o deus mais alto. Zeus, outro filho de Cronos, finalmente o substitui através do uso de força. Assim, ele ficou sendo o deus mais poderoso da mitologia grega. Hades continuava reinando no submundo, compartilhando seu poder com sua esposa, Perséfone[1].

Algum tempo depois, o termo passou a ser utilizado para referenciar a própria habitação dos espíritos de homens desencarnados. Todavia, vale lembrar que a essa altura, o Hades significava o local onde estariam os espíritos de homens bons e maus e apenas após maior desenvolvimento da doutrina é que os espíritos bons receberam no submundo um lugar bom, em contraste com o estado miserável dos espíritos maus[2].

Já na tradução do original hebraico do AT para o grego, a Septuaginta, o termo “Hades” passou a ser utilizado como sinônimo do termo hebraico “Sheol”, que por sua vez representa a habitação dos espíritos desencarnados, sejam eles de homens ímpios ou não, estejam eles na bem-aventurança sofrendo o justo castigo de seus pecados.

Há também algumas traduções mais subjetivas, que relacionam o termo “hades” como inferno, o que não é bastante exato, uma vez que o termo pode significar o local para ambos os destinos possíveis para os espíritos desencarnados.

Importante lembrar que até mesmo o sentido de morte pode ser atribuído ao termo Hades, provavelmente este foi o uso hebraico e grego mais antigo do termo, quando não havia ainda a ideia de almas imortais e seu local de residência.

Já os judeus entenderam que esse local fora dividido em duas partes distintas, um para os ímpios outra para os justos. Na realidade, seriam dois locais opostos por sua própria natureza, como as duas faces de um espelho. Nesse contexto, o lado dos homens justos fora rotulado de “seio de Abraão”, além de outras terminologias.

Distintamente, àquela parte do Hades onde estariam os homens ímpios é dado o nome de “Tártaro”, seria, então, o local de punição. Encontramos esse termo no Livro de Pedro, capítulo 2, versículo 4:

Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o Juízo” [perceba que na versão ARC, o termo fora traduzido como inferno]

Quando esteve na terra, o Senhor Jesus utilizou o vocábulo “geena” para apontar o local de punição. Russell Norman Champlin defende que se Jesus tivesse sido indagado sobre a identificação desse lugar, “mui provavelmente teria concordado que a parte “má” do Hades é a que estava em foco”.

Uma reflexão bastante necessária é aquela relativa a eliminação do suposto lado bom do Hades desde a ressurreição de Cristo, conforme consignado pelo apóstolo Paulo, referindo-se ao terceiro céu: “Em verdade que não convém gloriar-me; mas passarei às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos (se no corpo, não sei; se fora do corpo, não sei; Deus o sabe), foi arrebatado até ao terceiro céu. E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, de que ao homem não é lícito falar.” (2 Coríntios 12:1–4, ARC)

Indiscutível que há muitas evidências que reforçariam a existência da dimensão intermediária, totalmente além de nossa capacidade de investigação. Afinal, não sabemos praticamente nada dessa dimensão intermediária, e que de certo permanecerá a existir até que seja aperfeiçoado o Juízo Final.

Quando for a época do Juízo, o Hades deverá entregar os mortos que ali estiverem, conforme se registra no Apocalipse: “E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte”. (Apocalipse, 20:13,14, ARC)

Por lealdade hermenêutica, consigno que a palavra Hades pode querer descrever única e tão somente a morte física, não pretendendo descrever nenhum evento após o encerramento da vida terrena.

Todavia, entendo que não seja a interpretação mais adequada, conforme registrou E.H. Plumptre:

A morte de Cristo foi uma morte verdadeira, e apesar de que o seu corpo foi posto no sepulcro, a sua alma partiu para o mundo dos mortos, que é o ‘sheol dos hebreus e o ‘hades’ dos gregos, para continuar ali a obra remidora que ele havia iniciado à face da terra, e aqui temos, uma vez mais, uma interessante coincidência com a linguagem de Pedro”.

A literatura judaica acaba por demonstrar que ao final, os Judeus aproximaram sua crença ao que os gregos também entendiam: o Hades seria um local literalmente simbolizando o centro da terra, como uma caverna. Para lá, desceriam todos os espíritos de homens ímpios e justos, sem separação, existindo como energia disforme e sem qualquer consciência. A ideia de recompensa e castigo origina-se na religião persa, tendo a partir daí contaminado a doutrina judaica.

Assim, já que possuiria o Hades regiões distintas e opostas, passou-se a crer em uma divisão. Muito mais a frente, o Novo Testamento, em Lucas, capítulo 16 traz:

“E aconteceu que o mendigo morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico e foi sepultado.

E, no Hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão e Lázaro, no seu seio. (Lucas 16:22,23, ARC)[note-se que aqui resta evidente que inclusive uma das porções poderia até mesmo ver a outra, talvez como mais uma forma de castigo]

João, ao descrever suas visões no Apocalipse deixa bastante claro que todos os espíritos descem ao Hades (seja qual for a interpretação do termo naquela passagem), excetuando-se a essa decida apenas os mártires, que ao desencarnar já vão diretamente para os céus, local glorioso.

Independente da interpretação do termo, o Hades seria uma dimensão intermediária que perduraria até a segunda ressurreição do Apocalipse:

“E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. (Apocalipse 20:12,13, ARC)

Ainda no Apocalipse, assemelhando-se ao entendimento grego, o Hades mostra-se diverso do mundo inferior, do qual um anjo tem a chave:

E o quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma estrela que do céu caiu na terra; e foi-lhe dada a chave do poço do abismo.

(Apocalipse 9:1, ARC)

Para analisarmos com precisão as ações de Cristo após sua crucificação e morte, trago as passagens de 1 Pedro:

“Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito, no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão, os quais em outro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água” (1 Pedro 3:18–20, ARC)

“porque, por isto, foi pregado o evangelho também aos mortos, para que, na verdade, fossem julgados segundo os homens, na carne, mas vivessem segundo Deus, em espírito.” (1 Pedro 4:6, ARC)

Os trechos descrevem com precisão a descida justa e misericordiosa de Cristo Jesus, até o Hades (ou até o lugar onde estariam os ímpios, os não salvos) para anunciar o evangelho.

Tenho como totalmente coerente e justa essa interpretação. Afinal: seria bastante justo da parte de Deus, oportunizar aos perdidos que não conviveram com Cristo a mesma janela dada aos que na terra estavam quando veio o Salvador.

Em que pese haver interpretações evangélicas que rejeitam essa posição, em decorrência de suas concepções acerca do Julgamento Final, tenho, ressalto, nítida opinião diversa. Em contraponto, reforçaria os versos acima demonstram uma linda e verdadeira incursão de Cristo pelas almas até então perdidas.

Outra possibilidade que reforçaria esse entendimento seria a função das “chaves” mencionadas por João, que teriam o poder de abrir ou fechar aquele lugar temível, como acima na passagem de Pedro 2:4.

Por fim, tendo a afastar a ideia de túmulo ou sepulcro como interpretação do vocábulo Hades ou Sheol. Apesar de sua origem poder referenciar a poço ou fenda que desce até o subsolo, o termo grego “phrear”, tem sido interpretado até mesmo como uma fenda que conduz ao Hades, mas não o próprio Hades.

Há, ainda, aqueles que opinam que o trecho “ partes mais baixas da terra”, em Efésios, apontaria o “sepulcro” no qual o corpo de Jesus fora colocado após a crucificação. Essa visão restritiva, reduziria a passagem à simples afirmação de que Jesus fora sepultado.

Entendo, mais uma vez, que não há como concordar com tal leitura. Acrescento que à época da crucificação de Cristo, os túmulos não constituíam covas abertas no chão, mas verdadeiras tumbas ou cavernas fechadas com pedras, apesar de serem consideradas subterrâneas, pois cavada na rocha.

De acordo com o relato bíblico, Jesus foi sepultado em uma caverna. Mais especificamente, o Evangelho de João descreve que o corpo de Jesus foi colocado em um sepulcro novo que havia sido cavado na rocha, localizado em um jardim próximo ao local onde ele foi crucificado (João 19:41–42).

Este sepulcro provavelmente era uma caverna ou gruta natural, com uma entrada na frente e uma câmara interna onde o corpo de Jesus foi colocado. Tratava-se uma câmara interna que ficava embaixo da terra, com uma entrada na frente. Na cultura judaica, o ato de enterrar os mortos era considerado muito importante, e havia regras específicas que governavam o processo de sepultamento.

Assim, apesar de ter uma natureza subterrânea, não parece lógico que o termo seja reduzido para referenciar-se apenas ao local geográfico onde o corpo fora sepultado.

******************************* IMPORTANTE***********************************

Cristo é um exemplo não apenas por todas as suas infinitas qualidades, mas, também, por seu exemplo de sofrimento. Tanto é verdade que dentro de sua absoluta misericórdia, Ele desce ao hades, onde habitam as almas perdidas. Os sofrimentos de Jesus são altamente benéficos (como a importância da crucificação para a remissão de nossos pegados). Os sofrimentos pelos quais passamos têm papel e efeito idênticos: somos e seremos encorajados nas provações pelo fato de que os sofrimentos de Cristo produzem resultados universais e benignos a todos. Ora, o amor e Deus alcança até mesmo o inferno mais baixo.

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Neste ponto, vamos tentar analisar as razões e condições de Cristo ter descido ao hades.

A descida de Jesus ao hades fora uma oferta da salvação aos perdidos já falecidos(desencarnados), ou seja, uma janela de melhorar sua condição, estabelecida antes da vinda e revelação de Jesus.

O texto de 1Pedro 3 e 4 registra que houve uma melhora de alguma forma para eles, o que nos indica o caminho desse ato como sendo a sua restauração, mesmo estando naquela dimensão inferior.

Ora, assumindo que Cristo desceu até o hades, como registrado nas escrituras, e percebendo que, de alguma forma houve melhora na condição daqueles que ali se encontravam, imperioso concluir que, mesmo estando ali, ele oportunizou a salvação por meio dEle, que é o Caminho lá, aqui ou em qualquer outro lugar, Ele é onipresente.

Um questionamento, aqui, mostra-se revelador: seria justo negar que Cristo tenha descido ao hades para oportunizar a salvação total para aqueles que estavam ali? Ora, considerando que grande parte que ali estivessem seriam almas que não puderam conhecer a cristo, por qual razão não seriam alcançados por seu amor e misericórdia?

Sim. Eu, pessoalmente, creio que o Senhor tinha um propósito salvador quando ao hades desceu. Bloomfield, em seu comentário (citado no Compreensive Bible Commentary) afirma que é universal a crença na descida por parte da igreja cristã:

“Nenhuma interpretação parece natural ou traz o selo da verdade, a não ser a ‘comum’, isto é, que Cristo foi e pregou (proclamou seu reino) aos antediluvianos no hades, interpretação essa apoiada pela autoridade unida dos antigos e pelos mais sãos de nossos modernos comentadores.

As palavras certamente não envolvem dificuldade; e o sentido claro e natural não deve ser rejeitado porque contém assunto que nos admira ou que pouco podemos apreender, com nossas atuais faculdades”.

Assim também Meyer, em seu comentário, avalia o testemunho antigo e moderno, dizendo: “Essa é a opinião dos mais antigos pais da igreja grega e latina, como também do maior número de teólogas posteriores e modernos”.

Pergunto a você: seria coerente (e a Palavra de Deus jamais se contradiz) Cristo, logo após ter rogado ao Pai que os nossos pecados fossem perdoados, seus piores inimigos e responsáveis por sua crucificação, e, logo após, adentrar ao hades para proclamar condenação aos perdidos? Não parece, aqui, a extensão dessa misericórdia aos perdidos do hades como mais uma demonstração de seu Poder e Misericórdia, já tão consumados no ato redentor da Cruz?

Negar essa possibilidade seria defender uma posição arbitraria, pois as escrituras nada dizem sobre a possibilidade de Cristo ter pregado aos anteriores a sua vinda através de outrem, como Noé.

Reforço: Jesus, em Espírito, sua forma desencarnada, teve a missão de pregar no mundo inferior. A missão de Cristo é maior, jamais menor: Deus deseja que todos sejam salvos.

E ainda há mais. Não bastasse o conteúdo de 1Pedro 3:18 e seguintes, temos as passagens de 1Pedro 4:6, Efésios 1 e Colossenses 1:16, Pedro declara abertamente que “o evangelho foi pregado também aos mortos, para que fossem julgados segundo os homens na carne, mas vivessem conforme Deus, no espírito”.

Já refletiu sobre o que isso significa? O julgamento é também um meio de restauração. A descida de Cristo trouxe esperança aos maiores inimigos de Deus, então, por certo, trouxe a mesma esperança a todas as almas até então perdidas.

Ressalto que até mesmo as obras deuterocanônicas refletem a mesma interpretação, principalmente nos escritos atribuídos a Pedro. Aqui, passo a transcrever Russell Norman Champlin em o Novo Testamento Interpretado:

“A fonte de água viva da cruz eleva-se acima de toda a vergonha humana e cascateia dali as doces águas da gentileza, que tombam sobre a dimensão tristonha dos antediluvianos desobedientes. Por isso, foi dito: “Ele foi pregar aos espíritos em prisão, que antes foram desobedientes… O evangelho foi pregado aos mortos”. Haverei de desistir dessas palavras de graça e benevolência eternas porque, em outro lugar, a ira ardente de Deus é vista a perseguir o pecado e o pecador com terrível luta sem quartel? Não eu! Sim, eu não, principalmente porque não ouso diminuir a missão de Cristo abaixo do que ela é vista nas Escrituras, ainda que outros homens, ignorando as mesmas, ou por terem um ponto de vista diverso das mesmas, diminuam essa missão para menos do que ela certamente é. Oh, Cristo, Salvador de todos os mundos, em todos os mundos, até a beira mesma da condenação; Amando, buscando, sondando, salvando além do sepulcro ou túmulo. Não decretos divinos, dogmas de homens, eras agora e então, mentes mesquinhas, embotadas pelo sentido e pelo tempo, Podem limitar seu imutável poder salvador, uma fixa esperança sublime.”

Ah! Mas ainda na cruz, Ele disse ao ladrão que ainda naquele dia estariam juntos no paraíso. Será que essa afiração teria o condão de contrapor toda essa interpretação?

Quem foram os alcançados pela suposta misericórdia no Hades? Adão e Eva? Os que não ouviram Noé? Quem?

O texto já está bastante longo. Bem mais do que planejei, então, pretendo ainda abordar esses e outro temas em uma futura parte.

Que Deus seja com cada um nós.

Toda honra e toda a Glória a Ele, Santo, Santo, Santo Senhor e Salvador da minha e da sua vida. Amém!

Gustavo Freire da Fonseca

09 de Abril de 2023

[1] Novo dicionário Bíblico Champlin: Completo, prático, exegético e Indispensável — Russell Norman Champlin, ver Hades parte 1.

[2] Novo dicionário Bíblico Champlin: Completo, prático, exegético e Indispensável — Russell Norman Champlin, ver Hades parte 2.